domingo, 18 de maio de 2008

Sua nota é um show de Sonegação!

O domingo chuvoso e relativamente frio compeliu a mim e a minha família a irmos dar um passeio no Salvador Shopping para almoçar e dar uma volta descompromissada. Outras milhares de famílias, muitas das quais vão normalmente à praia no fim de semana, cumpriram a mesma programação ocasionando um engarrafamento de carros no estacionamento e outro de gente dentro do Shopping.
Desconfortos desse gênero a parte, quero tratar de outro problema aqui, um ladino e irritante costume: o não fornecimento por livre vontade da nota fiscal por parte de comerciantes. Fomos almoçar no restaurante Pasta Fast e só recebemos a nota fiscal quando pedimos por ela. Antes de exigir a nota havíamos recebido uma ordem de pedido – na qual constavam os itens consumidos – que não tem valor fiscal. No Salvador Café, só recebemos a nota mediante a incômoda e repetitiva exigência: - A senhora poderia me dar a nota fiscal por favor? Em outro café, o Dom Crioulo, esquecemos de pedir a nota e o estabelecimento não fugiu a regra do dia: nada de nota fiscal. Quer dizer, pagamos os impostos embutidos nos preços dos produtos obrigatoriamente, mas os comerciantes têm sempre a opção de tentar burlar o repasse para o estado. Optam por não emitir sistematicamente a nota somente fazendo isso quando o cliente solicita.
O Projeto Sua Nota é um Show é insuficiente. Ele age incentivando o cliente a pedir a nota, o que diminui a sonegação, mas não chega nem perto de acabar com essa prática. Além disso, acorrenta o direito de requisitar a nota ao oferecimento de Circo – futebol, cinema, shows, etc. – em nada contribuindo para consciência e reflexão da importância desse ato para a cidadania. Quando o projeto acabar o que levará as pessoas a requisitarem suas notas? Ou será que o ele se pretende eterno?