segunda-feira, 21 de abril de 2008

Salvador Card completa dois anos de exploração com novas e maiores filas!


O assunto do Salvador Card ainda não foi esquecido, pelo menos por mim. Cada vez que vou recarregá-lo ou revalidá-lo, penso o quão estúpido e safado é esse sistema "avançadíssimo" de crédito para passagens de ônibus. Como "avançadas" e grandes são as filas, como é injusto haver somente três postos de recarregamento dada à extensão territorial e populacional da cidade. Pergunto-me se um sistema eletrônico de créditos não poderia vir a ser recarregado em qualquer casa lotérica, banco ou até mesmo pela internet. Será que é porque faz as pessoas deslocarem-se gastando mais com ônibus, e portanto gerando mais lucros para as empresas? Que absurdo! Não há Estado para defender o cidadão de um roubo desses? Não há cidadão que se indigne com o tormento mensal, as vezes semanal de deslocar-se e enfrentar um péssimo atendimento para garantir o simples direito à meia passagem?
Há sim. Estudantes da UFBA promoveram e participaram de manifestações de rua e pararam o trânsito da cidade no início do ano de 2006. No entanto, parece que o protesto e a discussão sobre as implicações e diferenças do novo cartão ficaram restritos à Universidade, logo sem participação da massa estudantil, que é de ensino médio. Agora o Salvador Card vai completando dois anos de furto e irritação ao seu consumidor. Como o atendimento recentemente despencou de qualidade, publicidades começaram a inundar a TV, e ai, ganhou força e respaldo popular novamente.
Se não está claro a perda na qualidade e encarecimento do serviço em questão, proponho um teste simples e objetivo: faça as contas de quantas passagens são gastas por mês com o cartão e compare, se recordar, com a quantidade do período do Smart Card (antigo cartão). Verá que mesmo, sem contar o tempo e o desgaste físico e emocional gastos nas investidas aos postos, o consumidor foi prejudicado. Isso sem falar que os créditos possuem prazo de validade, inexplicavelmente.

Críticas ao sistema não faltam, mas o problema é que elas enfrentam uma imagem bem construída pela publicidade que valoriza algumas migalhas e mascara os aspectos realmente prejudiciais do Salvador Card.